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sexta-feira, 23 de março de 2012

Uma pólis às avessas

            Foco turístico mundial, pólo de investimentos promissores, sede de grandes eventos, palco de gravações televisivas e até enredo de escola de samba. Nos últimos anos, São Luís tem ganhado um importante espaço, outrora desconhecido, de âmbito nacional e ao redor do planeta. Turistas do mundo inteiro vêm às nossas terras contestar se títulos com Patrimônio da Humanidade, Atenas Brasileira e Ilha do Amor são verdadeiros. O problema é que a fina camada de azulejos que camuflam nossa cidade pode ser facilmente quebrada e revelar a real situação na qual São Luís se encontra.
            Como podemos ser "a bola da vez" em meio a tantas patologias sociais nos afligindo que parece não ter cura? Fome, miséria, preconceito, falta de saneamento básico, educação, saúde e melhores condições de vida são alguns dos principais problemas que a população precisa suportar. Se em algum momento da história nossa cidade foi considerada Patrimônio da Humanidade, hoje não é mais. A nossa realidade é outra: uma cidade cheia de buracos, prédios coloniais sob risco de desabamento e diversas locações públicas depredadas. Nenhuma praia da ilha está apta para receber banhistas por conta da descomunal quantidade de objetos e coliformes fecais contidos nelas. Nenhum bairro pode ser considerado seguro. Nenhum ponto turístico pode ser considerado conservado. São Luís em si não pode ser considerada, pelo menos atualmente, de Patrimônio da Humanidade.
            Enquanto os governantes maranhenses de sobrenome intimidador possuirem total soberania sobre a nossa pequena "pólis", São Luís continuará sendo o berço das ilusões. Em 8 de setembro deste ano São Luís completará 400 anos e nos move a fazer "a pergunta que não quer calar": Há o que comemorar?
            Amanda Drumont.

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